Como já foi dito aqui, o prefeito Eduardo Paes, nas decisões
sobre mobilidade urbana na cidade do Rio de Janeiro, as que lhe cabem, é
pautado pelo chamado “método patético”, caracterizado por uma impressionante
capacidade de fazer inesperadas modificações em decisões tomadas, aparentemente,
com a maior certeza...
Percebia-se que não era um cacoete original, que o prefeito
era um mero imitador, um aprendiz de feiticeiro, mas não se sabia o quanto estava
o famigerado método patético arraigado na governança local... Eis então que, em
grandiosa demonstração pública, ao voltar atrás da sua impositiva decisão de
destruir os equipamentos esportivos do entorno do Maracanã, o parque aquático
Júlio Delamare e o estádio de atletismo Célio de Barros (e, de lambuja, o
ex-Museu do Índio, depois de tanto drama, e agora a Escola Friendenreich...), o governador Sérgio Cabral
assume-se como o grande mentor do método patético no Rio de Janeiro!
Sendo assim, a exemplo do caso do prefeito, cabem sugestões, sempre no sentido de “voltar atrás”, para outras patéticas decisões do governador, enquanto está no poder (restritas à questão da mobilidade, embora devesse voltar atrás de muitas outras decisões)...
Maracanã, um patético fantasma no Rio de Janeiro... (reprodução da TV) |
O governador (que não aceita ser chamado de “ditador”, apesar
de lembrar o general Geisel na demolição
do Palácio Monroe) impressionou, pela esperteza, toda a torcida carioca: fez
colocar no contrato de concessão do Maracanã uma cláusula em que se permitia praticar
esta tão vultosa e valiosa alteração. E, pior (ou melhor, para o povo carioca...):
realmente mudou a até então intransigente decisão de derrubar os prédios!
Não se trata de afogar pato manco ou de chutar cachorro morto, não
se sabe quanto tempo o governador permanecerá no cargo... O que se deve discutir,
porque surpreende (e fica por conta dos especialistas), é como se faz um
contrato de concessão que para ser alterado (mesmo depois de entrar em vigor!),
basta apenas a exclusiva vontade do governante, como se ele fosse um
ditadorzinho local, como se não existissem outros poderes no estado, o Legislativo
e o Judiciário.
Sendo assim, a exemplo do caso do prefeito, cabem sugestões, sempre no sentido de “voltar atrás”, para outras patéticas decisões do governador, enquanto está no poder (restritas à questão da mobilidade, embora devesse voltar atrás de muitas outras decisões)...
Pensando no futuro, por que não trazer de novo à pauta a
conclusão do metrô Linha 2 e a construção da Linha 3, em túnel, sob a baía da
Guanabara?... E, ainda mais, por que não uma Linha
Nova para, vindo da Glória, circundar a cidade e atravessar o Porto “Maravilha”?...
Muito pelo contrário, ao apresentar ao governo federal, recentemente, seus
mínimos projetos já em andamento, não só “esqueceu” o túnel sob a baía da
Guanabara, como chegou ao ponto de “rebaixar” a Linha 3 (Niterói-Itaboraí): em
vez de metrô, um monotrilho...
Metrô Botafogo: troca de plataforma para seguir viagem... |
Ah, que entre também na pauta a construção da Linha 4 do Metrô!... O governador, hoje um náufrago político, resolveu um dia, ancorado em suas certezas, que estenderia até a Barra, chamando de "Linha 4", a continuação do “linhão” que inventou (ao emendar a Linha 2 à Linha 1, na Central), apesar dos protestos de especialistas e de grande parte da população carioca. Quem sabe o futuro não dará às duas enormes estações paralelas do Metrô em Ipanema, um primor de desperdício, o título de “Complexo Patético Sérgio Cabral”?...
O serviço da concessionária das barcas Rio-Niterói... |
É hora de pensar na Metrópole e, em termos de mobilidade
urbana, é exatamente isto que o próprio governador (ou um novo) terá que fazer.
É fato que falta ao (ainda) governador, uma suprema ironia para quem dirige um
estado, visão de estadista: em vez de dar atenção ao conjunto, dá às partes, muito
especialmente à parte de cada concessionária, quando não à própria parte...
...continua dando dor de cabeça ao usuário. |
Sua política de governo para os transportes (e várias outras áreas) é a da “fragmentação lucrativa” (inventemos o termo), a divisão de espaços e serviços públicos por “liberação ao monopólios”, gesto que, imediatamente, as empresas interessadas (e também inspiradoras) entendem como “oportunidades de negócios” e, tudo isto apresentado, tentando ficar bem na fita, como um “sistema de concessões”...
Não chega a ser original, mas o entreguismo, aqui no estado
do Rio de Janeiro, certamente tem sido levado ao “estado da arte”, pura mágica ou quase...
Não só esta forma “imperial” de governo precisa ser (e tem sido) questionada, pela participação democrática da população. Também este sistema de concessões, com seus favorecimentos e aproveitadores, tem mais é que entrar na berlinda...
Não resta dúvida que são, ambos, a base concreta do intragável “método patético” que tem sido aplicado no Rio de Janeiro, com tanta desenvoltura, pelos nossos atuais governantes, o da cidade e o do estado.
Leia mais sobre o tema na
postagem anterior,
3 comentários:
Índi-gestão da cidade. Vale a pena ler.
Marlene Braz
(via Facebook)
Seu Blog está espetacular. Que coragem e vigor na defesa do nosso Rio de Janeiro! Showzaço de texto e fotografia.
Parabéns, aplausos de montão e avante!
Tô de olho nas fornadas.
Admiração, respeito, abraço e beijos da
Aída
Oi Guina,
Pouco te respondo, mas estou sempre me atualizando no seu ótimo blog.
Bjs,
Sandra
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